sábado, 16 de junho de 2012

Baseado nas palavras de Caio Fábio

O próprio viver é morrer, porque não temos um dia a mais na nossa vida que não tenhamos, nisso, um dia a menos nela.¨
Durante o jardim da vida o inexorável poder do tempo fez com que durante décadas matasse os meus heróis aos poucos como se já não tivesse nenhuma lição pra aprender.

¨A vida acontece em espiral. Há duas maneiras de mostrar o sentido desta tese. Uma é aquela que vai de dentro para fora, e outra, a que vai de fora para dentro. A que vai de dentro para fora é, na Física, aquela que iria das partículas subatômicas às galáxias. Na Biologia, iria do DNA a todo o sistema de condução e armazenamento de energia vital evolutiva. Na Consciência, iria dos olhinhos de redemoinhos do Inconsciente aos turbilhões do Consciente, que sobe ou desce na escada espiral de apropriações de percepções, sempre em espiral. Na História, seria a evolução progressiva de acontecimentos que começam com a vontade de um indivíduo e cresce como a história cresce, espiraladamente, na direção da macro História. E na Revelação, iria do íntimo ao Cósmico e além — sempre de fé em fé, mas numa espiral.¨

somos uma contradição e foge da minha mão fazer com que tudo que eu digo faça algum sentido ( ou entender o que os outros falam ser algo absolutamente normal, pois se quer sei o que é normal) . Eu já quis me perder por aí fingindo muito bem que eu nunca precisei de um lugar só meu, a verdade é que necessitamos falar sobre a voz latente do eu que zoa em nossa consciência ainda imatura e frágil. Eu já criei dezenas de fantasmas, de fantasias, de sonhos, de ilusão, de lagrimas. Já me escolhi como um comunista, um proletário poliglota, um bilionário metido, já fui imaginando enquanto caminhava para casa no caminho da faculdade a minha residência o significado de tudo isso. As minhas memórias, não são só memórias se transformaram em fantasmas que me sopram aos ouvidos. E eu vejo que é triste constatar que aquilo que deveria ser absolutamente simples e claro, aberto como o horizonte, e imenso como o mar da liberdade, se tornou a loucura e a insanidade que impede homens bons de serem pessoas que façam o bem. Bloqueia a Paz e transforma a guerra como meio de liberdade. Eu tenho vivido para ver como a vida é cheia de ironias e de coisas tão contraditórias, que quase que de todo me convenço de que todos se encontram, ainda nesta vida, com o bem sendo feito por aquele que um dia recebeu de nós o mal.
A tristeza é constatar que a fraqueza humana que só aumenta frente à existência, é o amargo fruto de não se ver claramente que a existência é secundaria onde o milagre é a vida.

Nessa universidade de dilema é impossível não comentar sobre a morte, sobre o incomodo do acordar e do dormir.
Ultimamente, tenho pensado sobre o sentido da vida e no sentido da morte. ¨Dormimos e acordamos. A dinâmica da respiração. As contrações do coração e dos pulmões. Processos nos quais estamos diante o tempo todo e quase não damos importância. No plano vivencial, vida e morte não são condições irreconciliáveis, dado que aceitando ou não, convivemos com essas duas realidades. O filósofo estóico Sêneca nos instrui a cada dia sermos organizados como se fosse o último e concluísse a nossa vida. Chama-nos a atenção de que a qualidade de vida é mais decisiva para a nossa felicidade, que não é isenta de conflitos e tristezas, do que a vida na perspectiva cronológica do passar dos anos. Olhar o mundo como se fosse despedida, para fazermos coisas melhores do que já fazíamos e sermos mais do que estávamos acostumados a ser, no sentido de plenitude da existência. São tantas as pessoas que encontrei e que já partiram. O tempo em que vivi com elas jamais será destruído. Trago um Kairós dentro de mim, um santuário feito de memória e recordações. Todavia, estou no Khrónos, no eterno devir, nas infinitas possibilidades para vida, que ao mesmo tempo afeta meu plano vivencial.¨

Nesse papo observe o que já foi dito anteriormente por um pensador:
Para ser grande, sê inteiro: nada teu exagera ou exclui. Sê todo em cada coisa, põe quanto és no mínimo que fazes. Assim em cada lago a lua toda brilha, porque alta vive." Tiro a lição que humanizar-se é um trabalho para a vida toda, que não pode prescindir dessas experiências de morte. Uma ostra deve ser ferida para produzir pérolas. A humanidade passa por essas experiências para descobrir a possibilidade de ir além de si mesma, para que possa ir fundo à razão de sua existência e se espantar que a vida vive e a morte morre, afinal, o espanto, a admiração, o silêncio frutuoso que precede à palavra falada, escrita e cantada é o alicerce da verdadeira filosofia, que é humilde, não se arroga sábia, todavia, busca a sabedoria e como Sócrates, sabe que nada sabe.
As apropriações materiais de um sentimento, de um pensamento, da morte, da vida, retiradas dos arquivos da memória audiovisual, refletem sobre a arte e a imagem de uma cultura midiática ou não, quando nos tornamos diferente e integral ao mesmo tempo, o tempo é escasso e tudo que é costume nos é posto a dúvida. Mas no final e tudo a morte já não é dúvida é o meio o qual devemos olhar a vida detalhadamente e vivê-la avassaladoramente.
A vida e a morte nunca se transformam numa relação; continua sendo uma afinidade. Você convive, mas não cria vinculo.
Mas não é da morte que quero falar, pois não pense que isto me fatigará, pois um novo dia é sempre aquele pelo qual a gente pode esperar um novidade mesmo que a lembrança da morte possa ser a única fotografia certa na memoria.
Quero falar sobre nós. Sobre a vida e como já falou Fernando Pessoa: ¨O próprio viver é morrer, porque não temos um dia a mais na nossa vida que não tenhamos, nisso, um dia a menos nela.¨
Então deixou um breve pensamento para aqueles que não sabem o que viver e recomeçar e reconstruir seus muros e heróis...
Compreendi que viver é ser livre… Que ter amigos é necessário… Que lutar é manter-se vivo… Que pra ser feliz basta querer… Aprendi que o tempo cura… Que magoa passa… Que decepção não mata… Que hoje é reflexo de ontem… Compreendi que podemos chorar sem derramar lagrimas… Que os verdadeiros amigos permanecem… Que dor fortalece… Que vencer engrandece… Aprendi que sonhar não é fantasiar… Que pra sorrir tem que fazer alguém sorrir…Que a beleza não está no que vemos, e sim no que sentimos… Que o valor está na força da conquista… Compreendi que as palavras tem força… Que fazer é melhor que falar… Que o olhar não mente… Que viver é aprender com os erros… Aprendi que tudo depende da vontade… Que o melhor é ser nós mesmos… Que o SEGREDO da vida é VIVER !!!”

“E umas das coisas que aprendi é que se deve viver apesar de. Apesar de, se deve comer. Apesar de, se deve amar. Apesar de, se deve morrer. Inclusive muitas vezes é o próprio apesar de que nos empurra para frente. Foi o apesar de que me deu uma angústia que insatisfeita foi criadora de minha própria vida.”
Clarice Lispector

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